Belo texto e crítica sensível sobre o espetáculo da nossa GRANDE Odília Renata, atriz, palhaça e mãe de VIOLETA! Texto de Juliene Codognotto no site REVISTA BACANTE:
"Decripolou, a primeira peça que assisti no Festival Internacional de Comicidade Feminina Esse Monte de Mulher Palhaça, remete a uma maneira poética e singela de levar a palhaçaria ao palco do teatro. Poética? Singela? Você pode me perguntar o que, afinal, eu quero dizer com esses adjetivos, uma vez que adjetivos sozinhos costumam dizer muito pouco. Vamos lá. Uso poético e singelo neste caso para caracterizar uma apresentação que, mesmo utilizando muita técnica (mágica, malabares e manipulação de bonecos) e contando com muitos objetos cênicos, deixa sobressair dois elementos: a poesia das falas – poesia mesmo, com rima e tudo, mas direta, em vez de rebuscada – e, sobretudo, a simplicidade da presença viva, do estar no palco com todos os sentidos abertos ao redor, sinceramente, sem afetação.
Para ser ainda mais direta, a palhaça vivida por Odília Nunes reage a tudo em volta, o tempo todo. Algo como os choques recebidos por Michel Melamed em Regurgitofagia, mas sem a necessidade do recurso aplicado por ele. E a cada resposta que dá às reações da platéia ou ao acaso presente na própria cena (uma mágica que não funciona, por exemplo), a palhaça desperta a sensação de que o roteiro ali é o de menos. Para que o palhaço seja capaz de se revelar e nos revelar, o melhor planejamento é estar aberto ao inesperado, as melhores oportunidades são justamente as que escapam ao script. Ok, parece pura teoria de clown. Mas em Decripolou isso se efetiva mesmo e acabamos por rir muito mais do imprevisível do que das ações marcadas e planejadas.
Então, escolho para desenvolver neste texto, dois momentos complementares – um planejado, outro surpreendente... ( LEIA O TEXTO COMPLETO )
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