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TUPARETAMA RECEBE "VÉU- UMA POÉTICA DO SÓ" PROJETO CULTURAL QUE DISCUTE A VIOLÊNCIA CONTRA MULHER


A cidade de Tuparetama estará recebendo nesta semana (de 15 a 17 – quarta, quinta e sexta-feira) o Projeto Véu- uma poética do só da COMPANHIA UMA de Salvador-BA.

O projeto propõe a realização de atividades ligadas ao espetáculo solo Véu – uma poética do só, que faz uma reflexão acerca da vida das mulheres dentro do contexto contemporâneo, com foco na violência contra o gênero feminino. Pautada no teatro físico, a concepção artística do espetáculo solo ressalta questões ligadas a violência doméstica, a repressão contra a mulher, a submissão feminina e o sistema patriarcal instituído socialmente, o confronto entre a fé e a dor, os sonhos e a realidade, a infância e a maturidade, trazendo, inclusive, dados estatísticos referentes a este universo para a cena.

Além do espetáculo solo Véu – uma poética do só – que em Tuparetama será apresentado na quinta-feira (dia 16) o projeto também traz para a cidade um conjunto de atividades lúdicas e educativas relacionadas a violência contra a mulher:
- Realização de oficina de teatro onde serão trazidos jogos e dinâmicas que despertam o imaginário dos participantes, além de exercícios que diminuam a timidez, criando um espaço para revelação de histórias e construção de uma dramaturgia particular
- Oficina de criação de bonecas manufaturadas (através de mecanismos de criação de bonecas, será instaurado um espaço para o diálogo, afim de discutir a temática central do projeto, a partir de histórias dos participantes)
- Debates sobre o tema: violência contra a mulher, considerando as esferas familiar, social e trabalhista, alertando a comunidade sobre caminhos e possibilidades de denuncia/ajuda em caso de violência;
- Entrevistas com pessoas da comunidade através de um questionário básico onde são levantadas questões sobre a violência contra a mulher.

O projeto, com a orientação da pesquisa de Fábio Vidal e atuação de Luiz Antônio Jr. foi contemplado com o Prêmio BNB de Cultura 2009 – Parceria com BNDES e projeto vai circular por 09 cidades nordestinas: Picos (PI), Arapiraca (AL), Mossoró (RN), Crato (CE), Arari (MA), Ilhéus (BA), Lagarto (SE), Campina Grande (PB) e Tuparetama (PE).

SERVIÇO:
OFICINA GRATUITA DE TEATRO: Vagas:20 / Local: Teatro Municipal / Data: dia 15 de dezembro (quarta-feira) / Horário: 19:00 horas – Inscrições: Casa da Cultura e Ponto de Cultura Dançando nas Alturas

OFICINA DE BONECAS: Vagas: 20 / Local: Centro de Convivência da 3ª Idade- Centro da Juventude / Data: Dia 16 de dezembro (quinta-feira) / Horário: 14:00 horas – Inscrições na Casa da Cultura, Ponto de Cultura Dançando nas Alturas, CRAS MUNICIPAL

ESPETÁCULO SOLO “ VEU- UMA POÉTICA DO SÓ” – Data: Dia 16 (quinta-feira) / Horário: 19:30 horas / Local: Teatro Municipal (Casa da Cultura) / ENTRADA GRATUTIA – Leve 01 kg de alimento para doação.

Em Tuparetama o projeto conta com o apoio e articulação do PONTO DE CULTURA DANÇANDO NAS ALTURAS. Também o CRAS MUNICIPAL, O Centro da Juventude,  Casa da Cultura e o Grupo de 3ª Idade Rainha da Paz.



A QUESTÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Nove em cada dez mulheres lembram de ter assistido ou ouvido campanhas contra a violência á mulher na TV ou rádio, segundo dados da pesquisa citada anteriormente. Mesmo assim, as mulheres só buscam ajuda depois de terem sido agredidas dez vezes, em média; para cada caso denunciado há vinte casos sem denúncia, por medo, vergonha de se expor, intenção de proteger a família ou por não acreditarem na vítima – segunda a mesma pesquisa referida anteriormente.

No Brasil, quatro mulheres são agredidas por minuto (Núcleo de Opinião Pública da Fundação Perseu Abramo); sendo que 70% dos casos acontecem em casa e 90% das vezes, o agressor é alguém próximo, como o namorado, marido, padrasto, vizinho e irmão. Perguntados sobre o que acham que acontece quando a mulher denuncia, 33% dos entrevistados (Instituto Patrícia Galvão) afirmaram que “quando o marido fica sabendo, ele reage e ela apanha mais”; 27 % responderam que não acontece nada como agressor; 21 % crêem que o agressor vai preso; enquanto 12% supõem que o agressor recebe uma multa ou é obrigado a doar uma cesta básica. O que evidencia uma falta de credibilidade da população brasileira nos serviços de atendimento a casos de violência contra a mulher (54% acham que estes serviços não funcionam), e, também, de conhecimento, por parte da sociedade comum, acerca da legislação dos direitos humanos e do Código Penal. 

6,8 milhões de brasileiras já foram espancadas, entretanto existem apenas 392 delegacias especializadas no atendimento á mulher, número que não cobre nem 10% dos municípios brasileiros. Sem contar que os serviços de assistência às vítimas de violência localizam-se, maciçamente, nos grandes centros, onde também é maior a circulação de informações. E quanto às pequenas localidades urbanas, as comunidades e povoados, onde a tradição tende a ser mais evidente? É crescente a preocupação com a violência contra a mulher. 

Segundo dados estatísticos divulgados no site do CFEMEA – Centro Feminista de Estudos e Assessoria, de 2004 a 2006 aumentou o nível de preocupação com a violência doméstica em todas as regiões do país, menos no Norte / Centro-Oeste, que já tem o patamar mais alto (62%). Nas regiões Sudeste e Sul o nível de preocupação cresceu 7 e 6 pontos percentuais, respectivamente. Na periferia das grandes cidades esta preocupação passou de 43%, em 2004, para 56%, em 2006.  

(Com informações e fotos fornecidas pela UMA COMPANHIA e coordenação do Projeto)

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